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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Antonio Francisco de Paula Souza



Antonio Francisco de Paula Souza (1843-1917)

nasceu na fazenda do seu avô materno, ( 1° barâo de Piracicaba Antonio Paes de Barros), , em Itu, no Estado de São Paulo, em 6 de dezembro de 1843. 

Sua família, tanto do lado paterno como do materno, era constituída de ricos fazendeiros, com forte atuação política. 
Seu avô paterno, Francisco de Paula Souza e Melo (1791-1851) teve importante atuação política nos períodos anterior e posterior a independência do Brasil de Portugal (1822) e foi deputado e senador. Sua avó paterna era Maria de Barros Leite, filha de Antonio de Barros Penteado e Maria Paula Machado (5°s avós de Tiffany), e com isso ela era irmã do barão de Piracicaba, do 1° barâo de Itu (4° avô de Tiffany), de Genebra de Barros Leite e outros.

Seu pai, Antonio Francisco de Paula Souza (1819-1866), de quem herdou o mesmo nome, também nasceu em Itu e graduou-se em medicina, na Universidade de Louvain, Bélgica, no ano de 1842, foi ministro da agricultura (1864-66) e deputado. 
Sua mãe, Maria Raphaela Paes de Barros (1827-1895), era  prima materna do prorpio marido, sendo filha do primeiro Barão de Piracicaba e de Gertrudes de Aguiar (irmã do brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar.).  o 1° barao de Piracicaba, Antonio Paes de Barros (1791-1876)  introduziu a cultura do café no Estado de São Paulo e também foi político atuante e deputado).

Antônio Francisco de Paula Souza fez seus estudos fundamentais inicialmente no seio de sua família e depois em colégios de Capivari (cidade próxima de Itu), São Paulo e Petrópolis. 
Em 1858, Antônio Francisco, então com quinze anos, foi enviado, em companhia de seu irmão mais jovem Francisco e de seus dois tios Antônio e Diogo Paes de Barros (filhos do barâo de Piracicaba), para continuar seus estudos na Alemanha, em Dresden. Em novembro de 1860, adoentado devido ao clima rigoroso, retornou ao Brasil com seu irmão Francisco. 
Em julho de 1861, viajou para a Suíça e depois de alguns meses de estudos preparatórios, ingressou em outubro daquele ano na Eidgenössische Technische Hochschule (ETH) de Zurique. Em Zurique, Paula Souza associou-se a sociedades estudantis revolucionárias e envolveu-se com o movimento de unificação da Itália, liderado por Giuseppe Garibaldi (1807-1882), chegando a viajar até Milão para alistar-se no movimento, o que acabou não se concretizando pois nesta época Garibaldi estava preso. Em Zurique ele envolveu-se em vários duelos, revoltas estudantis e acabou tendo que deixar a ETH, em julho de 1864.

Em Zurique Suiça, ele conheceu a familia Herwegh

Horace Herwegh, filho do poeta e revolucionario Georg Herwegh e de Emma Siegmund, tambem frequentou a politecnica em Zurique. Mais tarde Antonio de Paula Souza namorou  Ada Virginie (1849-1921), irmã de Horace,  com quem casaria e teria 14 filhos. 

o futuro sogro, Georg Herwegh, nasceu em Stuttgart, em 31 de maio de 1817. Depois de estudar no Maulbronner Seminar (1831) e na Theologischen Fakultät der Universität Tübingen (1835), de onde foi excluído, Georg Herwegh iniciou uma carreira literária como tradutor, jornalista, poeta (Gedicht eines Lebendigen) e revolucionário. Viveu a maior parte de sua vida no exílio, principalmente em Paris e na Suiça em Zurique e Basle. Herwegh foi contemporâneo e amigo dos mais importantes intelectuais de sua época, tais como Michail Bakunin (este foi testemunha de seu casamento com Emma Siegmund, em 1843), Bruno Bauer, Friedrich Engels, Ludwig Feuerbach, Heinrich Heine, Victor Hugo, Ferdinand Lassalle, Franz Liszt, Karl Marx, Felice Orsini, Francesco De Sanctis, Iwan Turgenjew, Richard Wagner e muitos outros. Faleceu o 7.4.1875 em Alemanha, mas foi enterrado em Basel, suiça.

a futura sogra, Emma Charlotte Siegmund, tambem teve intensa vida cultural e politica. Nasceu em 10.05.1817  e faleceu 1904 empobrezida em Paris. Até hoje é considerada uma heroina pelo movimento feminista. Tem alguns livros sobre ela.
Ela era filha de Johann Gottfried Siegmund, um importante comerciante de Berlim que havia enriquecido com o comércio de seda e que era fornecedor da corte, e de Henriette Wilhelmina Cramer (viuva Schiffer). Emma  cresceu em circunstâncias prósperas em Berlim. Ela tinha um irmão (Gustav August), uma irmã mais velha (Minna Caspari) e uma irmã mais nova (Fanny Piaget). Ela teve uma excelente educação, dominou várias línguas estrangeiras (francês, polonês, italiano) e era musicalmente talentosa; ela compôs, desenhou, traduziu, atuou no teatro e escreveu poesia. Mas apesar de sua casa paterna liberal e aberta, onde convidados importantes entravam e saíam, e apesar de uma troca animada com amigos, os diários de sua juventude mostram como ela achava a vida de uma filha e mulher burguesa convencional e limitada. 
A lua de mel de Georg e Emma Herwegh levou os dois para a Itália (!) e a partir de setembro de 1843 moraram em Paris, onde nasceu o primeiro filho Horácio. Seus vizinhos lá em Paris eram Karl e Jenny Marx. Como foi moda na epoca ela tambem tive "salão" onde se reuniram artistas e entre eles foram Heinrich Heine, Karl Marx, Michail Bakunin, George Sand, Victor Hugo e outros......
Quando em março de 1848 começou na Alemanha a revolução, Emma Herwegh também participou da Legião Alemã de Paris. Como batedora e enviada, ela viajou várias vezes da Alsácia a Baden-Baden (Alemanha) para negociar com Friedrich Hecker sobre a implantação da Legião. Os Herwegh queriam apoiar militarmente a Revolução de Baden-Baden. Após o infeliz resultado da revolta, Georg e Emma Herwegh foram perseguidados e fugiram para a Suíça, onde se estabeleceram em Zurique de 1851 a 1866. O casamento teve crises; às vezes o casal vivia separado.Em Zurique,  socializou com Gottfried Keller (autor e poeta Suiço muito conhecido) e manteve contatos estreitos com emigrantes italianos e social-democratas alemães.Emma. trabalhou como tradutora de literatura revolucionária (inclusive de Giuseppe Garibaldi), promoveu o trabalho do marido e manteve-se democrática, sempre fiel aos ideais.
Foi entre 1861-1864 que Francisco Antonio de Paula frequentou a casa dos Herwegh e onde ele conheçeu téorias "revolucionarias" da Europa.
Em Zurique, ele se juntou ao Corps Rhenania e com a família Herwegh também entrou em contato com o movimento pela unificação da Itália liderado por Giuseppe Garibaldi.

Durante a sua permanência na Suiça entre 1862-1863, Antonio Francisco estagiou em Lucerna na construção das estradas de Ferro da linha "Nordostbahn" que ligou Zurique com Lucerna.

Quando após a guerra de 1866 em Alemanha foi concedida amnésia a todos os exilados por motivos políticos, o casal herwegh voltou a Baden-Baden no mesmo ano, onde viveram até a morte de Georg em 1875. 
O filho mais velho, Horace, havia sido excluído da ETH em 1864 para votos pessimos e porque ele duelou, o que era proibido segundo as regras da escola, e mudou pelos EUA.
Tambem  Antonio Francisco mudou para a Alemanha. Dexiou a ETH Zurique. Ele havia sido expulso para pouco desempenho segundo consta dos protocolos da ETH. ( Paula Souza aus Brasilien, früher Schüler unserer Ingenieurabteilung ist wegen Nachlässigkeit und Unfleiss auf den Antrag der Lehrerkonferenz  mit dem Antrag der Wegweisung bedroht worden") .
Ele mudou-se para a Universidade de Karlsruhe ! Ai entrou na "Corps Franconia". Esta Franconia era collegada com a da Rheniana em Zurique. Parece que ele estou entre os primeiros membros. Seu nome está imortalizado na mesa de um lugar de reuniãona taverna do castelo de "Wachenburg".. Seu irmão mais novo, Francisco, também estudou em Zurique e Karlsruhe e, como ele, ingressou no Corpo de exército da Renânia e da Francônia. Continou a frequentar a familia Herwegh em Alemanha. A epoca Ada Virignie Herwegh tinha 17 anos de idade e 4 anos mais tarde se casaria com Paula Souza em Liestal,(perto de Basel) em Suiça.

Em Carlsruhe entre 1864 e 1867. 

No ano escolar de 1864/65 ele matriculou-se na Faculdade de Química (Chemischen Schule; Fakultät im heutigen Sinne) e nos anos escolares de 1865/66 e 1866/67 ele matriculou-se na Faculdade de Engenharia Civil (Bauingenieurschule). Nos cerca de oito anos que viveu na Europa, em Dresden, Zurique e Carlsruhe, Paula Souza além de fazer muitos amigos, adquiriu sólidos conhecimentos científicos e técnicos e fortaleceu suas convicções republicana e antiescravista. Na sua correspondência da época também já pode se observar a importância que Paula Souza dava à educação para o desenvolvimento do Brasil.

Ao retornar ao Brasil em 1867, Paula Souza trabalhou na construção de estradas de ferro. Em 1869 viajou aos Estados Unidos, onde trabalhou em estradas de ferro, de lá viajou para a Suiça, onde casou-se com Ada Virginie Herwegh em Liestal,. Os esposos voltam juntos no Brasil em 1871.
Tevem 14 filhos dos quais somente 7 filhos sobreviveram:- Maria Raphaela, - Virginia de Paula Sousa c/c Maximiliano de Sousa Rezende,- Ada de Paula Sousa, - Antonio de Paula Sousa, -Elsa de Paula Sousa, Gertrudes de Paula Sousa, -Geraldo Horacio de Paula Sousa.

Em 1873 participou com os primos e tios (Rafael de Aguiar Barros e muitos outros) na convenção de Itu, para o fim da escravidão (1888) e para a proclamação da república (1889). Foi deputado e ministro das relações exteriores e da agricultura. Foi  o criador e o primeiro diretor da Escola Politécnica de São Paulo por mais de 20 anos, desde a sua fundação até a sua morte, em 1917. Morreu trabalhando como educador, em sua casa, à noite, preparando a aula do dia seguinte.

Foto enviada á avõ e madrinha
Antonio Francisco de Paula Souza, estudante em Carlsruhe.

Fiquei curiosa e pesquisei tambem na historia de ETH Zurique (Universidade Politécnica). Encontrei documentos dos avenimentos na Politecnica de Zurique do 1864.
Trata-se dos provedimentos e um Rélatorio para o departamento Suiço do Interior sobre os revoltas studentescas na ETH 1864, ano em que o nosso antepassado deixou essa Universidade.

Naquele ano, os alunos da Politécnica de Zurique ( fundada em 1855) , mudaram-se para o novo prédio chamado " Sempre". Eles haviam sido ensinados em salas de aula improvisadas em toda a cidade. As oportunidades de supervisão pela administração escolar e os professores aumentaram repentinamente. Além disso, uma ala do prédio foi usada pela Universidade de Zurique, cujos alunos eram invejados por sua liberdade acadêmica pelos alunos da politecnica.
Diferentemente da maioria dos estudantes universitários os alunos da Politécnica foram empenhados em programas de estudo, com exames ao final de cada ano académico. O estudo foi um "treino para profissões". Ele preparou os jovens para a aquisição de tarefas de engenharia.A liberdade acadêmica inicialmente não estava previsto em esta escola e não era tão aceito dos varios alunos.

Em 1864, chegou para um primeiro grande confronto entre os "estudantes" e a diretoria do Politecnico:
Os estudantes do Politecnico praticavam duelos entre si. O ritual figurou para eles uma expressão digna de soberania. O diretor Pompejus Alexander Bolley proibiu explicitamente este ritual, que era incompatível com as regras da escola.

A escalada dos "movimentos" foi acionada por um aviso do Diretor Pompeu Alexander Bolley, com o qual ele lembrou o corpo dos estudantes que ele não encomenda uma nova instalação, a qual (tambem nova) havia jà sendo danificado por parte de muitos estudantes.
O aviso foi arrancado.
Em seguida, o diretor Bolley colocou o aviso em uma caixa de vidro, mas o aviso também foi removido da caixa de vidro durante uma noite. As negociações entre o corpo dos professores com uma delegação de estudantes foram retomadas e interrompidas.


O diretor da Politécnica ameaçou expulsar os alunos.
Finalmente, o presidente do conselho escolar reconheceu a necessidade de convocar uma conferência geral com os professores.
A agitação culminou que cerca metade dos alunos ameaçou de deixar a escola se o diretor Bolley não renunciar ao cargo de diretor. As autoridades escolares contestaram com o argumento de que a saída coletiva não seria reconhecida e que a saída individual também exigiria o consentimento dos pais. 325 alunos, então, enviaram o cancelamento da matrícula da escola e comemoraram isso com uma viagem de barco de Zurique a Rapperswil, descrito em varios jornais da epoca.


O conselho escolar suíço assim foi forçado a explicar a situação em um "relatório" ao Departamento Federal sobre os incidentes na Politécnica Federal em muitas paginas.


"......Regras da casa removidas do quadro de avisos, interiores danificados, pichações contra as autoridades, reuniões de estudantes, Sit-ins durante, palestras,coletiva encenado
Saída em massa dos estudantes......"


 
 
ETH-Bibliothek, Archive, SR2: 1864
Relatório oficial do conselho escolar da Suíça 
para o Departamento suíço do Interior
 sobre os incidentes na Politécnica Federal de 1 Agosto, 
1864, p. 53


O que soa como uma revolta estudantil de 1968 são, de fato, processos na Politécnica Federal (ETH Zurich agora) de 1864 dos qual fazia parte Antonio de Paula Souza, seu irmâo e muito provavelmente tambem os seus tios maternos Diogo e Antonio Paes de Barros (filhos do 1° barâo de Piracicaba)..
 

Existem tambem varias cartas do Georg Herwegh sobre a expulsão do seu filho Horace Herwegh, o qual frequentou os mesmos cursos com Francisco Antonio de Paula Souza.
Pouco antes do Natal de 1864, o estudante de engenharia Horace Herwegh foi expulso da Politécnica Federal (hoje ETH Zurique). A exclusão ocorreu em duas etapas: Herwegh duelou no verão de 1863 e, portanto, violou a proibição de duelos da universidade. Diante do bom desempenho do aluno, o então Presidente do Conselho Escolar, deixou por ora uma severa advertência. Mas quando Herwegh recebeu notas ruins por desempenho e comportamento de vários professores no último trimestre de 1864, a expulsão imediata da escola tornou-se um fato.
Curiosamente, Georg Herwegh não protestou contra a reprimenda de seu filho Horace por violar a proibição de duelo. O que denunciou foi a acusação de "indolência" e as notas baixas do trimestre, por trás da qual suspeitou um ato de vingança pelo fato de seu filho nunca ter revelado ao diretor da escola Pompeu Alexandre Bolley com quem havia duelado. Para Georg Herwegh, o depoimento foi baseado em inverdades e foi a expressão de um abuso de poder:


Resumindo :

Antonio Francisco de Paula Souza (1843-1917), filho de Francisco de Paula Souza  e de Maria Raphaela Paes de Barros, casado com Ada Virginie Herwegh (1849- 1921), filha de Georg Herwegh e de Emma Siegmund.
Francisco Antonio de Paula Souza e Ada Herwegh tiveram 14 filhos dos quais somente 7 sobreviveram : 

14 Filhos: 
  1. Maria Raphaela nascida 1871, solteira
  2. Virginia, 1872, a unica filha que se casou. Foi seu marido Maximiliano de Souza Rezende.
  3. Jorge 1873-1875
  4. Adinha 1875, ela tive aulas com Anita Malfatti, faleceu na idade de adulta.
  5. Antonio 1876, Tonico, engneheiro, casou com Claire Leonardos. sem filhos.
  6. Elza 1877, solteira
  7. Gertrudinha 1879, solteira
  8. Sizinha (1) 1881
  9. Sizinha (2) 1882
  10. uma menina 1883
  11. Carlotinha 1885-1886
  12. uma menina 1887
  13. Jose 1888-1888
  14. Geraldo Horacio 1889, gradou-se em farmacia e medicina, cursos de especialicaçao em Europa 1911, doutorando em Baltimore, EUA, na universidade John Hopkins. Casou Com Evangelina Fonseca Rodrigues e tive um unica filha: Ada Celina.
  15. um menino morto 1891

fontes
  • History Archiv ETH Zürich, 
  • Staatsarchiv Bern, 
  • Staatsarchiv Zürich
  • Dichter- und Stadtmuseums Liestal
  • Historisches Lexikon der Schweiz
  • Barbara Rettenmund, Jeannette Voirol. Bern: "Emma Herwegh" Limmat Verlag 2000
  • Cristina de Campos USP, Brasil, tese de doutoramento 2007, "ferrovias e saneamento em Sao Paulo". 
  • Rodrigos Bastos Padilha (Pontifica Universidade Catolica Sao Paulo), Brasil, mestrado em Historia de Ciencia, 2009

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