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terça-feira, 20 de setembro de 2011

do qual DE BARROS você descende ?

Sobrenome no Brasil - Confusão e difficuldades! 


attualizado 10.04.2019 por Tiffany 

Segundo algums descendentes nenhum Pais de Barros grafa o sobrenome dessa forma, mas sim Paes de Barros, que é uma grafia arcaica. Me escreveu um historiador que no Brasil, as normas ortográficas não são muito respeitadas e os sobrenomes muitas vezes são escritos de forma antiquada, como acontece por exemplo em inglês.  



Efeitivamente segundo o Formulario Ortogràfaico : 


"A grafia original do nome de biografados, , deve ser atualizada conforme a onomástica estabelecida a partir do Formulário Ortográfico de 1943, por seguir as mesmas regras dos substantivos comuns (Academia Brasileira de Letras – Formulário Ortográfico de 1943). Tal norma foi reafirmada pelos subsequentes Acordos Ortográficos da língua portuguesa (Acordo Ortográfico de 1945 e Acordo Ortográfico de 1990). A norma é optativa para nomes de pessoas em vida, a fim de evitar constrangimentos, mas após seu falecimento torna-se obrigatória para publicações, ainda que se possa utilizar a grafia arcaica no foro privado (Formulário Ortográfico de 1943, IX).

isso significa que nos estudos historicos o nome deve ser escrito PAIS de Barros e no foro privaod na forma arcaica PAES de Barros...

Quando eu comencei a estudar as arvores genealogicas dos vários de Barros, teria muitos diferentes sobrenomes como : Barros, de Barros, Barroso, mesmo Bayros ou Bairros etc. etc. A coisa mais confusional foi o que no Brasil e no Portugal os filhos e as filhas nao teriam sempre o sobrenome de familia paterna como na Europa. Depois na Europa não são permitidos os sobrenomes duplos.

Acredita-se que no Portugal só depois o século XIX, a maior parte das pessoas de qualquer nível social tinha um sobrenome, ou sobrenomes, hereditários, fixos só em alguns casos. Fora da cultura portuguesa, este sobrenome tendia a ser patrilinear, único, e identificava a família como primado de identidade masculina, provendo assim uma ligação com o passado, e preservando sua identidade no futuro. Por esse fato no mundo fora da cultura portuguesa não é surpresa o fato de que antigamente a prioridade das famílias mais importantes fosse ter filhos homens para manter o nome, afinal, os filhos homens eram quem passavam o sobrenome para as novas gerações, e por essa razão era preocupante para uma família não ter nenhum descendente masculino. 

Por isso,em primeiro, eu mesmo tinha que entender como funciona o sistema de sobrenomes em Brasil. Isso é a causa porque eu chamo meu Blog "os Paes de Barros de São Paolo, Itu e Sorocaba...." isso para diferenciar e encontrar possivelmente membros desse ramo dos de Barros e possivelmente fazer mais luz sobre outros ramos e seus descendentes que usam "Paes de Barros".

HISTORIA DOS SOBRENOMES

Desde a Idade Média e até ao século XVIII, em algumas zonas rurais portuguesas as pessoas eram conhecidas apenas pelo nome próprio, ao qual era acrescentado o patronímico (nome do pai), para os rapazes, e o matronímico, (nome da mãe), para as moças. Em casos mais raros podia o rapaz ser conhecido pelo matronímico, por exemplo, se não tivesse pai, ou a moça pelo patronímico, no caso, por exemplo, de o pai ser de uma família mais distinta do que a da mãe. A partir do fim da Idade Média, numa lenta transição das urbes (cidades) para o campo, e do litoral para o interior, os patronímicos tendem a fixar-se, transmitindo-se sempre o mesmo, já como sobrenome de uma determinada família que o usa em comum.

Nos documentos oficiais em Portugal por exemplo, na Chancelaria Régia portuguesa, os registros mencionam sempre o nome da pessoa, seguido do nome do pai dela, de forma a impedir confusões entre homônimos.

A necessidade de adicionar outro nome para distinguir as pessoas de mesmo nome próprio veio a ganhar popularidade. Então elas passaram a adicionar ao nome que declaravam, ou que assinavam, o apelido (sinônimo em português de alcunha ou sobrenome) por que os outros as distinguiam, ou então o nome da sua terra de origem:

Exemplos:

1º) João Anes, filho de um ferreiro, se diria João Anes Ferreiro, podendo passar essa alcunha/apelido aos seus descendentes.

2º) O filho de João Anes, de Guimarães, que passasse a residir em Barcelos, dir-se-ia João Anes de Guimarães.

3º) Este processo é paralelo e análogo aos membros da nobreza, que por serem muito conhecidos se assinam pelo nome das terras cujo senhorio pertence a sua respectiva família, explo: João Anes de Sousa, ou seja, João, filho de João, senhor ou dono das Terras de Sousa.

No século XI, época da Revolução Urbana na Europa, com a explosão da população nas, até então, pequenas cidades (urbes) medievais, pouco mais do que aldeias, o uso de um segundo nome se tornou tão comum nessas cidades subitamente crescidas, e onde as pessoas passaram a ter mais dificuldade em conhecerem-se todas entre sí, que em alguns lugares era mal visto/considerado não se ter um sobrenome.
Atenção: mesmo tendo sido este fenômeno de explosão da população o motivo do começo para todos os sobrenomes que existem hoje, grande parte dos nomes usado nas Idades Média e Moderna não tem a ver com a família, isto é, nenhum era obrigatoriamente hereditário, até à implantação do registro civil com força de lei em Portugal, no ano de 1911.

No século XIV é adotado em Portugal a língua portuguesa para os registros oficiais, abandonando-se o latim bárbaro até então utilizado para os registros. Isto paralelamente a outras nações européias, onde pelos anos de 1370 já se encontra a palavra sobrenome em documentos, nas respectivas línguas locais.
Mas sobrenome significando ainda, e tão somente, um segundo nome mais distintivo, livremente atribuído ou escolhido e não necessariamente transmissível, ou seja, não era o sobrenome no sentido contemporâneo do termo.

Note-se que, até ao séc. XVII, nem sequer a Família Real dispunha de sobrenome, sendo os seus membros apenas tratados pelos seus nomes próprios e seus respectivos títulos distintivos, lembrem dos reis de França que assinavam apenas o nome, como aparece no contrato de casamento de Maria Antonieta em pleno séc. XVIII.

Até 1911, a adoção dos sobrenomes era liberal, isto é, as pessoas eram apenas batizadas com o nome próprio, e escolhiam livremente mudar esse nome próprio ao entrar na adolescência, época em que recebiam o Sacramento da Crisma, considerado um novo batismo, e que permitia, e permite, mudar o nome próprio, ou acrescentar-lhe outro.
Até 1911, por conselho da família ou vontade própria, o crismado escolhia qual ou quais os sobrenomes de família que passaria a assinar como adulto. Esses registros eram exclusivamente os da Igreja Católica que serviam oficialmente, quando preciso, na vida civil.

E assim : 

Não tem escolha senão verificar meticulosamente os nomes e sobrenomes dos pais para os indivíduos e os registros das igrejas para pesquisar !

Já em Portugal vigorava tanto entre a nobreza quanto entre o povo, o conceito de CASA, que era constituído pela noção de patrimônio familiar comum partilhado sob o comando do filho mais velho (no geral), na ausência de varões, sucediam as mulheres como senhoras da Casa que, em muitos casos transmitiram, e transmitem ainda, esse sobrenome da Casa à sua descendência. É o chamado sistema misto.
Este costume português explica porque é que, atualmente, são raríssimas, se é que ainda existem, as famílias portuguesas, ou de origem portuguesa, que mantenham a varonia do sobrenome, ou sobrenomes usados na atualidade.
Na cultura portuguesa é costume os filhos receberem um ou mais sobrenomes de ambos os progenitores.
Também assim se procede na cultura hispânica porém note-se que, enquanto na portuguesa os sobrenomes maternos precedem os paternos na disposição final do nome completo, na Espanha e na América hispânica a ordem é a inversa.

Entre 1580-1640 sob a dominação da Espanha vigorou em Portugal a praxe espanhola do sobrenome do pai anteceder ao sobrenome da mãe.
(isso tanto para complicar a pesquisa do Pedro Vaz de Barros, 10° avô de Tiffany que deu o nome aos muitos Paes de Barros em minha familia. Depois seu irmâo Antonio Pedroso de Barros tem outra composição com Pedroso... não se sabe se a variante dos sobrenomes era a hispaniola ou portuguesa e até hoje nâo se sabe nada da mãe e familia).

Em Portugal o número máximo de sobrenomes permitidos é 4, o que permite o uso de sobrenome duplo quer materno, quer paterno, enquanto que na Espanha é de 2, mas esses dois podem ser duplos, unidos por hífen, resultando na realidade em quatro sobrenomes como em Portugal.
Já no Brasil e nos restantes países de língua portuguesa não existe essa limitação para o número de sobrenomes.

A partir do final do século XIX, por influência da burguesia francesa, tornou-se comum às mulheres portuguesas acrescentarem o sobrenome (ou duplo sobrenome) do marido aos seus sobrenomes sem, no entanto, perderem os seus próprios sobrenomes de solteira.
Assim, como norma geral, os pais têm filhos com sobrenomes completamente diferentes entre si.

Pelo texto o uso dos apelidos em Portugal de Antonio Machado de Farias aprende-se que a confusão sempre foi muito complexa:
Pois muitas vezes os filhos não derivam o sobrenome do patronímico do pai, mas usam o próprio patronímico do pai, outras vezes tomam o mesmo patronímico do avô paterno, ou avô materno, ou bisavô paterno, ou bisavô sogro do avô paterno.
Por conta dessa prática fica tudo muito confuso na compreensão dos sobrenomes na genealogia.

SOBRENOMES NO BRASIL:

Exemplo ilustrativo de um meu antepassado, tirado do Título: Penteado, Volume III, pg. 368 a 404, da Genealogia Paulistana de Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919), inspirada em Pedro Taques de Almeida Paes Leme (1714-1777):

Segundo escreveu Pedro Taques: >>A Nobre família de Penteado teve origem em S. Paulo em Francisco Rodrigues Penteado, natural de Pernambuco, para onde veio ser morador seu pai Manoel Corrêa  (9° avô de Tiffany) com casa, saindo de Lisboa; e em Pernambuco se estabeleceu com negocio grande. Tendo este filho Francisco Rodrigues Penteado (8°avô de Tiffany), já bem instruído em artes liberais, sendo excelente e com muito mimo na de tanger viola, e destro na arte da música, seu pai o mandou a Lisboa sobre dependência de uma herança que ali tinha, o filho, porém, vendo-se em uma corte das mais nobres da Europa e com prendas para conciliar estimação, cuidou só no estrago que fez do cabedal que recebeu, consumindo em bom tratamento e amizades: Refletindo depois que não estava nos termos de dar satisfação da comissão com que passara de Pernambuco a Lisboa, embarcou na frota do Rio de Janeiro com Salvador Corrêa de Sá e Benevides em 1648, o qual tendo de passar a Angola, como passou, para a restaurar dos holandeses, o deixou (Francisco Rodrigues Penteado) na cidade do Rio muito recomendado pelo interesse de instruir nos instrumentos musicais a suas filhas e ao filho mais velho Martim Corrêa com quem estava unido pela igualdade dos anos. Do Rio de Janeiro, pela demora em Angola do dito Salvador Corrêa de Sá, que ficou feito general daquele reino, passou para a vila de Santos Francisco Rodrigues Penteado; e já desta vila subia para S. Paulo contratado para casar com uma sobrinha de Fernando Dias Paes, que foi quem o ajustou para este contrato.<<

Pg. 368: Casou-se Francisco Rodrigues Penteado em S. Paulo com Clara de Miranda f.ª de Antonio Rodrigues de Miranda, natural de Lamego, e de Potencia Leite, à pág. 135. Faleceu Francisco Rodrigues Penteado em 1673 com seu testamento em Parnaíba e sua mulher Clara de Miranda em 1682. Teve (C. O. de S. Paulo) os 7 seguintes filhos com 4 tipos diferentes de sobrenome:
Cap. 1.º Francisco Rodrigues Penteado
Cap. 2.º Antonio Rodrigues Penteado (segue abaixo=cap. 2º)
Cap. 3.º Andreza Leite (*)
Cap. 4.º Manoel Corrêa Penteado (segue abaixo=cap. 4º) , 7° avô de Tiffany. que foi casado com Beatriz de Barros, a bisneta do Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme., o "Correa" vem do avó Manoel Corrêa, vindo do Portugal em Pernambuco e do qual não se sabe com quem era casado...
Cap. 5.º Paschoal Leite Penteado  (*)
Cap. 6.º João Corrêa Penteado
Cap. 7.º José Corrêa Penteado
 (* o "Leite" vem da avó, Potencia Leite. Niguém tem o "Miranda" da mãe no sobrenome)


Pg. 373: Cap. 2º) Antonio Rodrigues Penteado, foi morador em Sorocaba onde teve as rédeas do governo e casou-se com Maria de Almeida Lara f.ª do capitão-mor de Sorocaba Thomé de Lara de Almeida e da 1ª mulher Maria de Almeida Pimentel. Tit. Taques Pompeus. Faleceu em 1728. Teve os 11 f.ºs. seguintes com 7 tipos diferentes de sobrenome: (C. O. de Sorocaba).
1-1 Francisco Rodrigues Penteado § 1.º
1-2 Thomé de Lara Penteado § 2.º
1-3 Amaro Rodrigues Penteado § 3.º
1-4 José Rodrigues Penteado § 4.º
1-5 Clara de Miranda § 5.º
1-6 Maria de Almeida Pimentel § 6.º
1-7 Ignacia de Almeida § 7.º
1-8 Andreza Leite de Almeida § 8.º
1-9 Potencia Leite de Almeida § 9.º
1-10 Antonia de Almeida § 10.º
1-11 Anna de Almeida Lara § 11.º

Pg. 375: Cap. 4º) Manoel Corrêa Penteado, (ele é irmão do anterior Antonio Rodrigues Penteado) natural de S. Paulo, que foi morador em Araçariguama, adquiriu riqueza com a exploração de minas de ouro nas Minas Gerais, e foi proprietário de grande fazenda de cultura em Araçariguama termo de Parnaíba onde teve as rédeas do governo e foi pessoa de autoridade e veneração. Foi casado com Beatriz de Barros f.ª do capitão Pedro Vaz de Barros e de Maria Leite de Mesquita. Tit. Pedrosos Barros. Faleceu em 1745 e teve os 7 f.ºs todos os 7 filhos com sobrenomes diferentes: (C. O. de S. Paulo) . note bem :

  • 1-1 Padre José de Barros Penteado
  • 1-2 Capitão Fernão Paes de Barros  6° avô de Tiffany, que tem o mesmo nome e sobrenome do seu "famoso" tio-avó materno ,   que recebeu  " honrosíssima carta firmada pelo punho do rei Dom Pedro em 1678" . Dele prende o nome e sobrenome este capitao Fernao Paes de Barros.
  • 1-3 Manoel Corrêa de Barros § 3.º
  • 1-4 Anna Pires § 4.º
  • 1-5 Maria Leite da Escada § 5.º
  • 1-6 Maria Dias de Barros § 6.º
  • 1-7 Luzia Leme Penteado § 7.º
Todos com sobrenomes DIVERSOS !

o 1-2 Fernâo Paes de Barros (supra) assumiu apenas o sobrenome de seu tio-avô materno, da familia de sua mãe Beatriz de Barros e nenhum  dos Correa Penteado, a sua família paterna !

Ele era casado com Angela Ribeiro ou de Cerqueira. Deles descendem o meu 5° avó Antonio de Barros Penteado  e seus filhos que sâo os meus 4°s avós : o capitão Francisco Xavier Paes de Barros e seu irmão Bento Paes de Barros (o barâo de Itu), meu tronco dos varios ramos Paes de Barros, todos com o sobrenome da familia de Beatriz de Barros, bisneta de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme e tambem bisneta do Pedro Dias Paes Leme, irmâo de Luzia Leme. Da familia Leme  vem o "Paes" no sobrenome Paes de Barros.

Assim sendo, eu concluo, mais uma vez que:
Por conta dessa prática aleatória de dar os sobrenomes fica tudo muito confuso na compreensão dos sobrenomes na genealogia no Brasil.

Leia mais curiosidades sobre a união dos Penteado e Vaz (Pedrosos) Barros que sâo os antepassados do meu ramo Antonio de Barros Penteado:Beatriz de Barros e Manoel Correa Penteado


Fontes:

- texto em parte do meu primo: Anibal de Almeida Fernandes em historia genealogia

- Wikipedia sobrenomes portugueses / uso de sobrenomes na Europa (em alemão)

- nomes es sobrenomes Genealogia Freire

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Antonio Francisco de Paula Souza



Antonio Francisco de Paula Souza (1843-1917)

nasceu na fazenda do seu avô materno, ( 1° barâo de Piracicaba Antonio Paes de Barros), , em Itu, no Estado de São Paulo, em 6 de dezembro de 1843. 

Sua família, tanto do lado paterno como do materno, era constituída de ricos fazendeiros, com forte atuação política. 
Seu avô paterno, Francisco de Paula Souza e Melo (1791-1851) teve importante atuação política nos períodos anterior e posterior a independência do Brasil de Portugal (1822) e foi deputado e senador. Sua avó paterna era Maria de Barros Leite, filha de Antonio de Barros Penteado e Maria Paula Machado (5°s avós de Tiffany), e com isso ela era irmã do barão de Piracicaba, do 1° barâo de Itu (4° avô de Tiffany), de Genebra de Barros Leite e outros.

Seu pai, Antonio Francisco de Paula Souza (1819-1866), de quem herdou o mesmo nome, também nasceu em Itu e graduou-se em medicina, na Universidade de Louvain, Bélgica, no ano de 1842, foi ministro da agricultura (1864-66) e deputado. 
Sua mãe, Maria Raphaela Paes de Barros (1827-1895), era  prima materna do prorpio marido, sendo filha do primeiro Barão de Piracicaba e de Gertrudes de Aguiar (irmã do brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar.).  o 1° barao de Piracicaba, Antonio Paes de Barros (1791-1876)  introduziu a cultura do café no Estado de São Paulo e também foi político atuante e deputado).

Antônio Francisco de Paula Souza fez seus estudos fundamentais inicialmente no seio de sua família e depois em colégios de Capivari (cidade próxima de Itu), São Paulo e Petrópolis. 
Em 1858, Antônio Francisco, então com quinze anos, foi enviado, em companhia de seu irmão mais jovem Francisco e de seus dois tios Antônio e Diogo Paes de Barros (filhos do barâo de Piracicaba), para continuar seus estudos na Alemanha, em Dresden. Em novembro de 1860, adoentado devido ao clima rigoroso, retornou ao Brasil com seu irmão Francisco. 
Em julho de 1861, viajou para a Suíça e depois de alguns meses de estudos preparatórios, ingressou em outubro daquele ano na Eidgenössische Technische Hochschule (ETH) de Zurique. Em Zurique, Paula Souza associou-se a sociedades estudantis revolucionárias e envolveu-se com o movimento de unificação da Itália, liderado por Giuseppe Garibaldi (1807-1882), chegando a viajar até Milão para alistar-se no movimento, o que acabou não se concretizando pois nesta época Garibaldi estava preso. Em Zurique ele envolveu-se em vários duelos, revoltas estudantis e acabou tendo que deixar a ETH, em julho de 1864.

Em Zurique Suiça, ele conheceu a familia Herwegh

Horace Herwegh, filho do poeta e revolucionario Georg Herwegh e de Emma Siegmund, tambem frequentou a politecnica em Zurique. Mais tarde Antonio de Paula Souza namorou  Ada Virginie (1849-1921), irmã de Horace,  com quem casaria e teria 14 filhos. 

o futuro sogro, Georg Herwegh, nasceu em Stuttgart, em 31 de maio de 1817. Depois de estudar no Maulbronner Seminar (1831) e na Theologischen Fakultät der Universität Tübingen (1835), de onde foi excluído, Georg Herwegh iniciou uma carreira literária como tradutor, jornalista, poeta (Gedicht eines Lebendigen) e revolucionário. Viveu a maior parte de sua vida no exílio, principalmente em Paris e na Suiça em Zurique e Basle. Herwegh foi contemporâneo e amigo dos mais importantes intelectuais de sua época, tais como Michail Bakunin (este foi testemunha de seu casamento com Emma Siegmund, em 1843), Bruno Bauer, Friedrich Engels, Ludwig Feuerbach, Heinrich Heine, Victor Hugo, Ferdinand Lassalle, Franz Liszt, Karl Marx, Felice Orsini, Francesco De Sanctis, Iwan Turgenjew, Richard Wagner e muitos outros. Faleceu o 7.4.1875 em Alemanha, mas foi enterrado em Basel, suiça.

a futura sogra, Emma Charlotte Siegmund, tambem teve intensa vida cultural e politica. Nasceu em 10.05.1817  e faleceu 1904 empobrezida em Paris. Até hoje é considerada uma heroina pelo movimento feminista. Tem alguns livros sobre ela.
Ela era filha de Johann Gottfried Siegmund, um importante comerciante de Berlim que havia enriquecido com o comércio de seda e que era fornecedor da corte, e de Henriette Wilhelmina Cramer (viuva Schiffer). Emma  cresceu em circunstâncias prósperas em Berlim. Ela tinha um irmão (Gustav August), uma irmã mais velha (Minna Caspari) e uma irmã mais nova (Fanny Piaget). Ela teve uma excelente educação, dominou várias línguas estrangeiras (francês, polonês, italiano) e era musicalmente talentosa; ela compôs, desenhou, traduziu, atuou no teatro e escreveu poesia. Mas apesar de sua casa paterna liberal e aberta, onde convidados importantes entravam e saíam, e apesar de uma troca animada com amigos, os diários de sua juventude mostram como ela achava a vida de uma filha e mulher burguesa convencional e limitada. 
A lua de mel de Georg e Emma Herwegh levou os dois para a Itália (!) e a partir de setembro de 1843 moraram em Paris, onde nasceu o primeiro filho Horácio. Seus vizinhos lá em Paris eram Karl e Jenny Marx. Como foi moda na epoca ela tambem tive "salão" onde se reuniram artistas e entre eles foram Heinrich Heine, Karl Marx, Michail Bakunin, George Sand, Victor Hugo e outros......
Quando em março de 1848 começou na Alemanha a revolução, Emma Herwegh também participou da Legião Alemã de Paris. Como batedora e enviada, ela viajou várias vezes da Alsácia a Baden-Baden (Alemanha) para negociar com Friedrich Hecker sobre a implantação da Legião. Os Herwegh queriam apoiar militarmente a Revolução de Baden-Baden. Após o infeliz resultado da revolta, Georg e Emma Herwegh foram perseguidados e fugiram para a Suíça, onde se estabeleceram em Zurique de 1851 a 1866. O casamento teve crises; às vezes o casal vivia separado.Em Zurique,  socializou com Gottfried Keller (autor e poeta Suiço muito conhecido) e manteve contatos estreitos com emigrantes italianos e social-democratas alemães.Emma. trabalhou como tradutora de literatura revolucionária (inclusive de Giuseppe Garibaldi), promoveu o trabalho do marido e manteve-se democrática, sempre fiel aos ideais.
Foi entre 1861-1864 que Francisco Antonio de Paula frequentou a casa dos Herwegh e onde ele conheçeu téorias "revolucionarias" da Europa.
Em Zurique, ele se juntou ao Corps Rhenania e com a família Herwegh também entrou em contato com o movimento pela unificação da Itália liderado por Giuseppe Garibaldi.

Durante a sua permanência na Suiça entre 1862-1863, Antonio Francisco estagiou em Lucerna na construção das estradas de Ferro da linha "Nordostbahn" que ligou Zurique com Lucerna.

Quando após a guerra de 1866 em Alemanha foi concedida amnésia a todos os exilados por motivos políticos, o casal herwegh voltou a Baden-Baden no mesmo ano, onde viveram até a morte de Georg em 1875. 
O filho mais velho, Horace, havia sido excluído da ETH em 1864 para votos pessimos e porque ele duelou, o que era proibido segundo as regras da escola, e mudou pelos EUA.
Tambem  Antonio Francisco mudou para a Alemanha. Dexiou a ETH Zurique. Ele havia sido expulso para pouco desempenho segundo consta dos protocolos da ETH. ( Paula Souza aus Brasilien, früher Schüler unserer Ingenieurabteilung ist wegen Nachlässigkeit und Unfleiss auf den Antrag der Lehrerkonferenz  mit dem Antrag der Wegweisung bedroht worden") .
Ele mudou-se para a Universidade de Karlsruhe ! Ai entrou na "Corps Franconia". Esta Franconia era collegada com a da Rheniana em Zurique. Parece que ele estou entre os primeiros membros. Seu nome está imortalizado na mesa de um lugar de reuniãona taverna do castelo de "Wachenburg".. Seu irmão mais novo, Francisco, também estudou em Zurique e Karlsruhe e, como ele, ingressou no Corpo de exército da Renânia e da Francônia. Continou a frequentar a familia Herwegh em Alemanha. A epoca Ada Virignie Herwegh tinha 17 anos de idade e 4 anos mais tarde se casaria com Paula Souza em Liestal,(perto de Basel) em Suiça.

Em Carlsruhe entre 1864 e 1867. 

No ano escolar de 1864/65 ele matriculou-se na Faculdade de Química (Chemischen Schule; Fakultät im heutigen Sinne) e nos anos escolares de 1865/66 e 1866/67 ele matriculou-se na Faculdade de Engenharia Civil (Bauingenieurschule). Nos cerca de oito anos que viveu na Europa, em Dresden, Zurique e Carlsruhe, Paula Souza além de fazer muitos amigos, adquiriu sólidos conhecimentos científicos e técnicos e fortaleceu suas convicções republicana e antiescravista. Na sua correspondência da época também já pode se observar a importância que Paula Souza dava à educação para o desenvolvimento do Brasil.

Ao retornar ao Brasil em 1867, Paula Souza trabalhou na construção de estradas de ferro. Em 1869 viajou aos Estados Unidos, onde trabalhou em estradas de ferro, de lá viajou para a Suiça, onde casou-se com Ada Virginie Herwegh em Liestal,. Os esposos voltam juntos no Brasil em 1871.
Tevem 14 filhos dos quais somente 7 filhos sobreviveram:- Maria Raphaela, - Virginia de Paula Sousa c/c Maximiliano de Sousa Rezende,- Ada de Paula Sousa, - Antonio de Paula Sousa, -Elsa de Paula Sousa, Gertrudes de Paula Sousa, -Geraldo Horacio de Paula Sousa.

Em 1873 participou com os primos e tios (Rafael de Aguiar Barros e muitos outros) na convenção de Itu, para o fim da escravidão (1888) e para a proclamação da república (1889). Foi deputado e ministro das relações exteriores e da agricultura. Foi  o criador e o primeiro diretor da Escola Politécnica de São Paulo por mais de 20 anos, desde a sua fundação até a sua morte, em 1917. Morreu trabalhando como educador, em sua casa, à noite, preparando a aula do dia seguinte.

Foto enviada á avõ e madrinha
Antonio Francisco de Paula Souza, estudante em Carlsruhe.

Fiquei curiosa e pesquisei tambem na historia de ETH Zurique (Universidade Politécnica). Encontrei documentos dos avenimentos na Politecnica de Zurique do 1864.
Trata-se dos provedimentos e um Rélatorio para o departamento Suiço do Interior sobre os revoltas studentescas na ETH 1864, ano em que o nosso antepassado deixou essa Universidade.

Naquele ano, os alunos da Politécnica de Zurique ( fundada em 1855) , mudaram-se para o novo prédio chamado " Sempre". Eles haviam sido ensinados em salas de aula improvisadas em toda a cidade. As oportunidades de supervisão pela administração escolar e os professores aumentaram repentinamente. Além disso, uma ala do prédio foi usada pela Universidade de Zurique, cujos alunos eram invejados por sua liberdade acadêmica pelos alunos da politecnica.
Diferentemente da maioria dos estudantes universitários os alunos da Politécnica foram empenhados em programas de estudo, com exames ao final de cada ano académico. O estudo foi um "treino para profissões". Ele preparou os jovens para a aquisição de tarefas de engenharia.A liberdade acadêmica inicialmente não estava previsto em esta escola e não era tão aceito dos varios alunos.

Em 1864, chegou para um primeiro grande confronto entre os "estudantes" e a diretoria do Politecnico:
Os estudantes do Politecnico praticavam duelos entre si. O ritual figurou para eles uma expressão digna de soberania. O diretor Pompejus Alexander Bolley proibiu explicitamente este ritual, que era incompatível com as regras da escola.

A escalada dos "movimentos" foi acionada por um aviso do Diretor Pompeu Alexander Bolley, com o qual ele lembrou o corpo dos estudantes que ele não encomenda uma nova instalação, a qual (tambem nova) havia jà sendo danificado por parte de muitos estudantes.
O aviso foi arrancado.
Em seguida, o diretor Bolley colocou o aviso em uma caixa de vidro, mas o aviso também foi removido da caixa de vidro durante uma noite. As negociações entre o corpo dos professores com uma delegação de estudantes foram retomadas e interrompidas.


O diretor da Politécnica ameaçou expulsar os alunos.
Finalmente, o presidente do conselho escolar reconheceu a necessidade de convocar uma conferência geral com os professores.
A agitação culminou que cerca metade dos alunos ameaçou de deixar a escola se o diretor Bolley não renunciar ao cargo de diretor. As autoridades escolares contestaram com o argumento de que a saída coletiva não seria reconhecida e que a saída individual também exigiria o consentimento dos pais. 325 alunos, então, enviaram o cancelamento da matrícula da escola e comemoraram isso com uma viagem de barco de Zurique a Rapperswil, descrito em varios jornais da epoca.


O conselho escolar suíço assim foi forçado a explicar a situação em um "relatório" ao Departamento Federal sobre os incidentes na Politécnica Federal em muitas paginas.


"......Regras da casa removidas do quadro de avisos, interiores danificados, pichações contra as autoridades, reuniões de estudantes, Sit-ins durante, palestras,coletiva encenado
Saída em massa dos estudantes......"


 
 
ETH-Bibliothek, Archive, SR2: 1864
Relatório oficial do conselho escolar da Suíça 
para o Departamento suíço do Interior
 sobre os incidentes na Politécnica Federal de 1 Agosto, 
1864, p. 53


O que soa como uma revolta estudantil de 1968 são, de fato, processos na Politécnica Federal (ETH Zurich agora) de 1864 dos qual fazia parte Antonio de Paula Souza, seu irmâo e muito provavelmente tambem os seus tios maternos Diogo e Antonio Paes de Barros (filhos do 1° barâo de Piracicaba)..
 

Existem tambem varias cartas do Georg Herwegh sobre a expulsão do seu filho Horace Herwegh, o qual frequentou os mesmos cursos com Francisco Antonio de Paula Souza.
Pouco antes do Natal de 1864, o estudante de engenharia Horace Herwegh foi expulso da Politécnica Federal (hoje ETH Zurique). A exclusão ocorreu em duas etapas: Herwegh duelou no verão de 1863 e, portanto, violou a proibição de duelos da universidade. Diante do bom desempenho do aluno, o então Presidente do Conselho Escolar, deixou por ora uma severa advertência. Mas quando Herwegh recebeu notas ruins por desempenho e comportamento de vários professores no último trimestre de 1864, a expulsão imediata da escola tornou-se um fato.
Curiosamente, Georg Herwegh não protestou contra a reprimenda de seu filho Horace por violar a proibição de duelo. O que denunciou foi a acusação de "indolência" e as notas baixas do trimestre, por trás da qual suspeitou um ato de vingança pelo fato de seu filho nunca ter revelado ao diretor da escola Pompeu Alexandre Bolley com quem havia duelado. Para Georg Herwegh, o depoimento foi baseado em inverdades e foi a expressão de um abuso de poder:


Resumindo :

Antonio Francisco de Paula Souza (1843-1917), filho de Francisco de Paula Souza  e de Maria Raphaela Paes de Barros, casado com Ada Virginie Herwegh (1849- 1921), filha de Georg Herwegh e de Emma Siegmund.
Francisco Antonio de Paula Souza e Ada Herwegh tiveram 14 filhos dos quais somente 7 sobreviveram : 

14 Filhos: 
  1. Maria Raphaela nascida 1871, solteira
  2. Virginia, 1872, a unica filha que se casou. Foi seu marido Maximiliano de Souza Rezende.
  3. Jorge 1873-1875
  4. Adinha 1875, ela tive aulas com Anita Malfatti, faleceu na idade de adulta.
  5. Antonio 1876, Tonico, engneheiro, casou com Claire Leonardos. sem filhos.
  6. Elza 1877, solteira
  7. Gertrudinha 1879, solteira
  8. Sizinha (1) 1881
  9. Sizinha (2) 1882
  10. uma menina 1883
  11. Carlotinha 1885-1886
  12. uma menina 1887
  13. Jose 1888-1888
  14. Geraldo Horacio 1889, gradou-se em farmacia e medicina, cursos de especialicaçao em Europa 1911, doutorando em Baltimore, EUA, na universidade John Hopkins. Casou Com Evangelina Fonseca Rodrigues e tive um unica filha: Ada Celina.
  15. um menino morto 1891

fontes
  • History Archiv ETH Zürich, 
  • Staatsarchiv Bern, 
  • Staatsarchiv Zürich
  • Dichter- und Stadtmuseums Liestal
  • Historisches Lexikon der Schweiz
  • Barbara Rettenmund, Jeannette Voirol. Bern: "Emma Herwegh" Limmat Verlag 2000
  • Cristina de Campos USP, Brasil, tese de doutoramento 2007, "ferrovias e saneamento em Sao Paulo". 
  • Rodrigos Bastos Padilha (Pontifica Universidade Catolica Sao Paulo), Brasil, mestrado em Historia de Ciencia, 2009

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Maria Paes de Barros, née Souza Barros, autora de No tempo de dantes.

atualizado 25.05.2022



Em seu livro " No tempo de dantes" Ela fala de sua infância em torno de 1850 a 187o, do seu pai, o Comendador Luis Antonio de Souza Barros, do seu tio Francisco, o Barão de Souza Queiros como tambem de sua tia, Mafalda de Sousa Queiroz, Marquesa de Valença. Todos tambem  parentes do tronco dos Paes de Barros de Sao Paulo.
Descrive pessoas importantes, que iam e vinham na casa de seu pai. Fala de uma São Paulo como uma pequena cidade de ritmo lento, alguns sobrados e apenas escravos transitando por ruas silenciosas....Conta dos métodos de ensino em casa, em seguida, os passeios em São Paulo a pé, a vida domestica no dia-a-dia, os viagens pelas fazendas e dos trabalhos dos escravos.
Com lindas fotos dela e seu marido, o senador Antonio Paes de Barros junior, um outro parente. Jà que ele foi um primo de sua esposa, filho do 1° Baráo de Piracicaba, Antonio Paes de Barros, irmão do 2° Barao de Piracicaba, Rafael Tobias Paes de Barros e irmô do major Diogo Paes de Barros que fundou a primeira fabrica de tecidos na cidade de Sâo Paulo entre 1872-74.....
Fotos da velha São Paulo, velhas carruagens e utensílios com descriçao de vida de uma São Paulo no liberalismo brasileiro com as contradiçoes de seu tempo na élite paulistana.



Um livro interessante que deixa uma impressâo dessa epoca em Sao Paolo, de ponto de vista de uma senhora que foi "filha de sua epoca" com os varios problemas politicos e morais.

A sua biografia:


Quando dona Maria Paes de Barros fez 100 (cem) anos, em 1951, os jornais dedicaram-lhe grandes espaços para entrevistas. De extraordinária lucidez, ela conseguira notoriedade com a publicação de livros, já em idade avançada, e com atitudes políticas ousadas como as manifestações públicas de simpatias à extinta União Soviética, atitudes surpreendentes para quem pertencia a uma das mais aristocráticas famílias paulistas.
Dona Maria Paes de Barros

Aos 94 anos, Dona Maria editara, "Nos Tempos de Dantes", livro prefaciado por Monteiro Lobato. E´ uma obra preciosa, pois continha sua memória de infância, plenas de revelações sobre os costumes familiares de São Paulo do século XIX.
Ela era filha do comendador/Brigadeiro Luís Antonio de Sousa Barros, (o da avenida), que foi irmão do Barão de Limeira (Vicente de Sousa Queiroz) e do Barão de Sousa Queiroz (cel. Francisco Antonio de Sousa Queiroz). Nomes de aristocracia imperial paulista. Familia de cafeicultor, senhor de escravos e moderno capitalista.

O brigadeiro foi casado 2a vez com Felicissima de Almeida Campos. Ele foi um rico e famoso cidadão paulistano de sua época.  Brigadeiro Sousa Barros foi o primeiro prefeito de São Paulo, de 5 de maio a 21 de novembro de 1835. O cargo, após a passagem de alguns outros titulares, também de breves mandatos, foi logo extinto para ressurgir só vários anos depois. Foi filho de Genebra de Barros Leite, (irmã do barão de Itu, do barão de Piracicaba, do cap. Chico de Sorocaba Francisco Xavier Paes de Barros e outros) e do brigadeiro Luiz Antontio de Sousa.

Dona Maria Paes de Barros passara os seus dias de criança numa  chácara no, hoje, centro da cidade. A chácara dos Sousa Barros tinha sua frente entre as atuais praça do Correio e Largo do Paissandu. Estes dois logradouros, inclusive chamados na época, respectivamente de Acu e Largo do Tanque de Zuniga, estavam dentro da propriedade.

Os fundos da Chácara estendiam-se até os limites do bairro de Santana. No Largo do Tanque Zuniga, tinha nascente o rio Iacuba, cujo nome, transformou-se por modificações e simplificações, na palavra Acu, denominação antiga da área ocupada pela praça do Correio e redondezas.

O riacho Iacuba, na sua rota para encontrar-se com o rio Anhangabaú, logo abaixo, passava próximo à confluência da rua Brigadeiro Tobias com a Ladeira Santa Efigênia. Ali a chácara do comendador Sousa Barros confrontava-se com a chácara do brigadeiro Tobias de Aguiar (que foi um tio do Barao de Tatui, cuja mãe, Rosa de Aguiar, foi irmã do Brigadeiro).

Casada, em segundo núpcias, com o brigadeiro Tobias de Aguiar (cunhado de Genebra e dos barões de Itu e Piracicaba), a Marquesa de Santos foi morar numa casa construída junto à esquina daquelas duas ruas. Em frente à casa, ficava a Biquinha do Acu.

No livro Nos Tempos de Dantes, ao falar no casarão em que passou sua infância, Dona Maria Paes de Barros cita-o como "um grande sobrado, um tanto fora da cidade". Naquela época, São Paulo mal ultrapassara o seu núcleo original.

Em 1882, retalhada a chácara, demoliu-se o seu casarão. Sete anos depois, aos 78 anos, Antonio Luis de Sousa Barros morreu.


As memorias de nossa prima Maria Paes de Barros se referem ao periodo entre 1851 até 1889/1892 (repubblica), quando as famílias começaram a sofrer a desintegração econômica (primeira crise do café), o abandono e a venda de terras e as mudanças de hábitos e interesses dos filhos do sexo masculino.

Acostumada a conviver, na infância, com as grandes personalidades políticas, parentes e amigas do seu pai, Dona Maria Paes Barros casou-se em 1868 com um primo, Antonio Paes de Barros . Ele era 11 anos mais grande dela. Ele hàavia estudado  engenharia na Suiça (Zurique) e também tornou-se vereador, depois senador em 1904, já no período republicano. Ele nasceu em 1840 e era filho do 1° Barao de Piracicaba, Antonio Paes de Barros (mesmo nome do filho) e de Gertrudes Eufrosina de Aguiar (outra irmã do Brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar). Era  irmâo do 2° barão de Piracicaba (Raphael), da marquesa de Itu (Anna), de Diogo de Barros que lutou na guerra em Paraguai e depois fundou a primeira fabrica de técidos na cidade de Sâo Paulo, de Gabriella, e de  Maria Raphaela casada com o Dr. Antonio Francisco de Paula Souza, (Estes ultimos foram os pais do  engenheiro Antonio Francisco de Paula Souza (com quem Diogo havia estudado na Suiça) e o qual casou com Ada Herwegh conhecida em Suiça.. Mais sobre Antonio Francisco aqui : 

A carreira de Antonio Paes de Barros, porém, logo seria interrompida por uma doença que o afastou da vida ativa, vivendo invaldo por uma parte de sua vida. Assim dona Maria foi obrigada a assumir a liderança da família retirando-se para uma das fazendas de famiia em Pirassununga. O senador Antonio Paes de Barros era 
o primeiro dono da fazenda Santa Gertrudes da Barra  a "fazenda da Barra" em Pirassununga SP. Doava terras pela construçâo da estação Emas. Hoje em estas terras tem a aéronautica militar. 


Antonio faleceu em 21.09.1909 em São Paulo e foi enterrado no cemiterio da Consolação em São Paulo.



Antonio Paes de Barros e Maria de Sousa Barros, em ca 1886., foto tirada do livro "no tempo de dantes".



senador Antonio Paes de Barros, primo e marido de Maria Paes de Barros.
foto tirada do Correio Paulistano 1909 em occasão do seu falecimento.


Esvanecida a riqueza familiar, ela, jà dona matura, encontrou forças para realizar alguns trabalhos significativos, entre eles, a publicação, em 1932, de uma "História do Brasil". Foi ainda a fundadora do primeiro Tênis Clube de São Paulo, diretora da Maternidade de São Paulo e membro ativo da Igreja Presbiteriana de São Paulo.



Cinco gerações da família paulista Souza Barros. Ao centro, Dona Felicíssima, com sua tataraneta Evangelina no colo. Maria Paes de Barros está à esquerda, sua filha Maricota Barros Wright, à direita. De pé, sua neta Elisa Oliveira, c.1920. (Imagem do livro No Tempo de Dantes)


Maria de Sousa Barros nasceu em 9.7.1851, casou em 1868 com seu primo Antonio Paes de Barros (o senador para distinguir os muitos Antonios na familia)  e faleceu 11.9.1951. Foi enterrada no cémiterio da Consolação.

Foram pais de  9 filhos : 

- Antonio Paes de Barros  ( 1870-?) , apelidado Tonicao, era funcionàrio da Segreteria de Agricoltura,

- Maria Luiza (Maricota) 1872-1924, casada com o ingles, o Coronel Edmundo Wright  (ela supra na foto).

- Luiz Paes de Barros,(1874-?)

- Ottilia Paes de Barros (1875-=) casada com Sideny Crowthes Smith em 1899 na igreja Presbiteriana na rua 24 de Maio em Sao Paulo,

- Dr. Eduardo Paes de Barros, (1880-1913)  delegado da Policia em Faxina, casado com Olivia Lobato;

- Dr. Gustavo Paes de Barros,(1881-?) deputado estadual, casado com Guilhermina (?) ;

- Gertrudes Paes de Barros  (1883- 1973) casada com o Dr. Carlos Pereira Magalhães.

- Dr. Raphael Penteado do Barros (1887-1958)  foi professor da faculdade de Medicina em Sao Paulo e Chefe de Servicio da radiologia. , casado com Luiza; 
Foi também introdutor da fisioterapia no Brasil! Durante muitos anos o curso de fisioterapia na Universidade de São Paulo teve seu nome.

- Rosalina Paes de Barros (?-1966) casada com o Prof. Othaniel Motta (ele era tambem pastor de igreja presbiterana),



Raphael Penteado de Barros , filho do senador Antonio Paes de Barros e de Maria Paes de Barros,
, foto tirada da Academia de Medicina em Sao Paulo.





Gertrudes, filha do senador Antonio Paes de Barros e Maria Paes de Barros, née Souza Barros, , foto enviada-me por a prima Leda Magalhâes de Oliveira, neta materna de Gertrudes.



Obrigada Leda pelas muitas informações !

sábado, 30 de julho de 2011

Paes de Barros - tambem descendentes de Pedro Vaz de Barros, vindo do Portugal

Atualizado 12.07.2018

é muito interessante para a pesquisa da família, descobrir as histórias pessoais de nossos antepassados ​​na história do mundo e tentar colocar o quebra-cabeça.
Faltam muitos informações.
Em parte, apenas pequenos fragmentos estão presentes. Tento collocar toda informação possivel para obter uma visão global dos varios membros dos nossos ancestrais.

Faço isso como um hobby. De nenhuma maneira as minhas pesquisas são profissionais e pode ser que eu mesmo cometo erros ou desinformação na coleta de dados e nomes.

Portanto, ficarei feliz com qualquer informação ou correcção. 
Somos descendentes de Pedro Vaz de Barros e de Luzia Leme, que foi descendente de Antonio Leme, meio-irmão de Martim Lem II de Bruges na Belgica, descendentes de Willem Lem.
Dos descendentes de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme resultam varios ramos no Brasil e muitos são interligados entre os varias familias.

Pedro Vaz de Barros, o nosso “patriarca”  brasileiro. 

Sobra a sua ascendencia tem muito polémica que foi inicidada no inicio do XIX seculo por Americo de Moura em um texto do ASBRAP. Este autor parece que possuía muitas informações interessantes e originais, quando escreveu o artigo. Não se sabe se conseguidas através de pesquisas, leitura ou tradição oral familiar ou social.???? Porém, foi displicente, não pensando na contribuição histórica que poderia realmente dar para o futuro; simplesmente desleixou nas referências/fontes de onde, supõe-se, extraiu suas informações. Algumas destas fontes, simplesmente não menciona; outras, cita de passagem, sem precisar. Ele cita o nome dos pais do primeiro Pedro Vaz de Barros: diz serem Jerônimo Poderoso (sic) e Joana Vaz de Barros. Esse Poderoso poderia ser, inclusive, uma má leitura paleológica de Pedroso; mas ele reforça a afirmação ao dar o nome do primeiro filho do casal como Antônio Poderoso (e acrescenta...”depois Antônio Pedroso de Barros”), aquele que conhecemos por Pedro Taques e Silva Leme também como Antônio Pedroso de Barros. Se essa informação fosse acompanhada pela fonte onde a colhera, seria de grande interesse histórico e genealógico. Mas cai no vácuo de profunda dúvi-da. Outra notícia que dá sobre esse par ancestral é que eram “ambos meio cristãos novos”. Mas também não declara de onde tirou essa informação.....

Pedro Vaz de Barros foi natural do Algarve, Portugal. Residia em Lisboa quando veio para o Brasil, com o irmão Antônio Pedroso de Barros, com provisões do Donatário Lopo de Sousa para servirem no respectivo Governo.
Em 18-AGO-1603 já se encontrava na qualidade de Capitão-Mor Governador da Capitania de São Vicente, onde se radicou definitivamente, castando com Luzia Fernandez (LEME), filha de Fernando Dias Pais e Lucrécia Leme, estabelecendo-se com uma fazenda em Pinheiros, além de possuir o Sítio Itacoatiara e grande número de escravos índios.

Em essa epoca nasceu o movimento dos bandeiristas. Fez nova bandeira em agosto de 1611 com autorização de D. Luís de Sousa à região do Guairá, assaltando no final do ano a redução jesuítica de Paranambaré, ou Paranambu, e apresando 500 índios. Trazia os índios para São Paulo quando foi atacado pelo militar espanhol D. Antonio de Añasco, que lhe retomou a presa.

Em 1615 voltou outra vez à região do rio Paraná e Guairá e de novo em 1623. Sebastião Preto, ali morto, e seu irmão Manuel Preto, haviam descoberto a vantagem de prender índios aldeados, já com hábitos de trabalho rural. Além do rio Tietê e do rio Paraná surgiam como outras vias as Sete Quedas, o «caminho do Piabiru« ou das cabeceiras do rio Paranapanema às do rio Ivaí e por este ao Piquiri e ao Paraná.

Foi vereador em 1619, capitão da vila em 1624, grande bandeirante (com famosa bandeira desde 1603), pois socorrera Santos quando de ataques corsários em 1614 e 1626, dono da Fazenda de criar gado do rio Pequeno desde 1640.

Por duas vezes (em 1614 e 1626) foi com gente armada à sua custa em socorro dos habitantes de Santos, ameaçados por corsários holandeses.

Em 1628, foi o chefe da vanguarda da grande expedição de Antônio Raposo Tavares e Manoel Preto ao Guairá, salientando-se pela sua audácia e infatigabilidade.

Em 1640, fundou a fazenda de criar do Rio Pequeno. Foi um dos maiores sertanistas dos primórdios do Século XVII.


Colonização da Região de São Paulo: Índios, colonos, jesuítas e bandeirantes


(Texto e foto: PDF:Maria Aparecida Papali, Maria José Acedo del Olmo 
e Valéria Zanetti de Almeida )


Acolonização da região de São Paulo teve início com a fundação da cidade litorânea de São Vicente, sob o comando de Martin Afonso de Sousa. Colonos e jesuítas revezavam-se na busca pela conquista do indígena, imprescindível como mão-de-obra barata, passível de escravização e disponível para o trabalho árduo dos primeiros tempos. A partir de 1553, a colonização portuguesa se consolida na região, possibilitando a constante penetração pelo continente, movimento de interiorização da Colônia, o qual encontrou em terras paulistas um forte impulso.

Subindo a serra, clérigos da Companhia de Jesus, sob a liderança do padre Manuel da Nóbrega, alcançaram o planalto e efetivaram o antigo projeto de instalação de aldeias na região. Sendo assim, fundaram em 25 de janeiro de 1554 o Colégio de São Paulo de Piratininga, com a expectativa de expandirem a evangelização dos índios pelo sertão adentro. No planalto, dois grandes grupos indígenas, Tupiniquim e Tupinambá, eram inimigos ferrenhos e, em boa parte do século XVI e XVII mantiveram-se em guerras sangrentas. Colonos portugueses e jesuítas aliaram-se aos Tupiniquins, numa política de aliança e aproximação. João Ramalho, português bastante indigenizado, casado com a filha de Tibiriçá, chefe Tupiniquim, pai de muitos filhos mamelucos, favoreceu bastante tal processo de aliança Os combates e conflitos entre Tupiniquins e Tupinambás eram fomentados pelos colonos portugueses que, valendo-se de sua aproximação com os Tupiniquins utilizavam os prisioneiros de guerra, que, ao invés de serem sacrificados, conforme o costume das tribos, eram transformados em cativos e vendidos como escravos. A partir de 1560 o projeto jesuítico de aldeamento e constituição de missões alastrou-se ganhando força e adeptos entre os representantes da Coroa. Num primeiro momento, os próprios colonos aceitam pacificamente o comando dos jesuítas sobre as populações indígenas, desde que tal atitude não atrapalhasse a disponibilização da mão-de-obra representada pelo nativo.

O projeto jesuítico de aldeamento visava construir uma forte estrutura na qual o indígena, uma vez submetido ao cristianismo, desse continuidade ao trabalho nas roças e lavouras, e assim, mediante salários módicos, servir aos colonos nas mais diversas modalidades de trabalho. Não obstante a desestruturação social que tal mecanismo engendrou entre as comunidades indígenas, os aldeamentos assim concebidos significavam uma possibilidade de existência de mão-de-obra livre.

Apesar das boas expectativas iniciais, tal experiência de aldeamento tende a desmoronar a partir do final do século XVI. Cada vez mais os colonos paulistas mostravam-se impacientes com a ingerência dos jesuítas sobre os trabalhadores indígenas. Tem início o conflito entre colonos e jesuítas que prolonga-se pelo século XVII, até a expulsão destes da região de São Paulo, em 1640.

Não tardou para que o findar do século XVI surgisse com os colonos paulistas adentrando sertões com suas “bandeiras” de apresamento, ao encalço do índio. Muito embora medidas legais proibissem a escravização do indígena, os colonos a efetivavam, a revelia de instituições e da perseguição dos jesuítas.

Com a crescente utilização da mão-de-obra indígena, a região do planalto se solidifica economicamente, intensificando cada vez mais a rota comercial com o litoral. No início do século XVII, D. Francisco de Sousa, nomeado governador da então Capitania de São Paulo, busca revitalizar a produção paulista, quando inicia política de transformar São Paulo no “Celeiro do Brasil”, incrementando a produção de trigo para abastecimento da Colônia. Junto a essa política, D. Francisco buscou também recuperar o já desestabilizado projeto de aldeamento dos jesuítas. Para tanto, incentiva a criação de novas aldeias, entre elas a de Barueri e Santo André..

No entanto, com a morte de D. Francisco, em 1611, o projeto de aldeamento desintegra-se definitivamente. A grande aldeia de Barueri, não respeitada pelos colonos, sofre invasões de bandeiras, dilui-se, formando outros pequenos núcleos de aldeamento, como a Aldeia de Nossa Senhora da Escada (atual Guararema) e a Aldeia do Rio Comprido (núcleo que deu origem a cidade de São José dos Campos) Grandes bandeiras de apresamento do indígena adentram-se cada vez mais pelo sertão e, a partir de 1640, com a expulsão dos jesuítas da Capitania de São Paulo, um novo impulso de busca por novas tribos indígenas tem início, quando bandeirantes paulistas avançam pelo Vale do Paraíba. Novas Vilas são edificadas, como Taubaté, Guaratinguetá e Jacareí, tendo início um núcleo urbano que desencadeia o surgimento das demais cidades do Vale do Paraíba paulista.

Sobre Pedro Vaz de Barros escreveu Pedro Taques na Genealogia Paulistana Vol. III, em Tit. Pedroso de Barros, pag. 442:

“Porém, Pedro Vaz de Barros já tinha vindo a S. Paulo muito antes daquelas épocas, pois consta que era capitão-mor governador da dita capitania pelos anos de 1602 (Cart. da provedoria da fazenda real, e arquivo da câmara de S. Paulo). Neste arquivo da câmara de S. Paulo se vê que para se tomar um assento em câmara sobre a vinda de quatro soldados espanhóis de Vila Rica do Espirito Santo da província do Paraguai, foi neste ato presidente Pedro Vaz de Barros, como capitão-mor governador de S. Paulo. Caderno de vereanças tit. 1601.Em 1605 voltou para Portugal, mas retornaria ao Brasil.”

« Pedro Vaz de Barros e seu irmão Antônio Pedroso de Barros foram pessoas de qualificada nobreza e vieram ao Brasil providos, Antonio em capitão-mor da capitania de São Vicente e São Paulo, e o irmão Pedro Vaz de Barros em ouvidor da mesma capitania, com cláusula que, falecendo Antônio Pedroso, fosse capitão-mor governador e também ouvidor o irmão Pedro Vaz, e falecendo este acumulasse Antônio Pedroso os dois cargos, como se vê da carta patente passada em Lisboa em 1605, pela qual tomou posse Antônio Pedroso na câmara de São Vicente em 1607, que está registrada no arquivo da câmara de S. Paulo.

No cartório do tabelião da vila de São Vicente se acham autos de justificação de nobilitate probanda, titulo, o capitão Valentim de Barros, nascido em 1643, e escrivão deles o tabelião Antonio Madeira Salvadores. E também os autos de justificação do capitão Fernão Pais de Barros, ano de 1678, escrivão deles o mesmo tabelião Salvadores. Destes dois autos consta que Pedro Vaz de Barros viera à capitania de São Vicente em serviços da coroa, e que, voltando ao reino, tornara à mesma capitania, provido em capitão-mor governador dela. Que seu irmão Antônio Pedroso viera à vila de São Vicente, onde chegara com o tratamento de homem nobre, trazendo criados brancos que o serviam, e casara na dita vila com uma filha de Jerônimo Leitão que tinha sido capitão-mor governador da capitania de São Vicente, em cuja vila ficara sendo morador dito Antônio Pedroso de Barros. Deste matrimonio há descendência na vila de São Vicente, conhecida nos Pedrosos Barros.

Estes dois irmãos Antonio Pedroso e Pedro Vaz (pelos autos referidos) eram naturais do reino do Algarve, de onde passaram a ser moradores de Lisboa”.


“Nesta corte tiveram um primo direito, que foi o licenciado Antônio de Barros, presbítero secular e capelão que foi de el-rei. Este Padre Antônio de Barros teve duas irmãs: Helena de Mendonça e Maria de Mendonça, casadas com pessoas cavalheiras; elas fundaram na vila de Almada o convento de Nosssa Senhora da Piedade, onde se recolheram ditas fundadoras, que também foram irmãs de Jerônimo Lobo e de Antônio Lobo, que, seguindo o real serviço na milícia, foram ambos despachados para a Índia. Destes mesmos foi irmão frei José de Jesus Maria, religioso da Cartuxa, como consta dos referidos autos, de que se deu instrumento a Fernão Pais de Barros, registrados em 1762 na câmara de S. Paulo."


O capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros faleceu com testamento em 1644 e foi casado com Luzia Leme, falecida em 1655, filha de Fernão Dias Paes e de Lucrécia Leme. Somos tambem descendentes de familia Leme com patriarca Martim Lem de Bruges na Belgica.

Filhos de Pedro Vaz de Barros e Luzia Leme:

· 1 - Capitão Valentim de Barros saiu de S. Paulo no posto de alferes de infantaria da companhia do mestre de campo Antonio Raposo Tavares, que no ano de 1639 foi socorrer Pernambuco em poder dos holandeses. Chegando Valentim de Barros à Balia, nela se embarcou na armada com o conde de Castelo Novo, e marquês de Montalvão D. Jorge de Mascarenhas, contra os holandeses. Estando estes já de posse do centro da cidade de Pernambuco e seus contornos, voltou o alferes Valentim por terra usando suas armas contra o inimigo até a Balia na companhia do mestre de campo Luiz Barbalho Bezerra. Seus serviços de valoroso soldado, com os índios que levou de S. Paulo, mereceram-lhe por parte do marquês vice-rei a promoção do posto de alferes ao de capitão de infantaria.

Casou-se o capitão Valentim na Balia com Catharina de Góes e Siqueira, natural da Balia, irmã de João de Góes de Araujo, ouvidor do cível da relação daquela cidade em 1666, f.ª de Jorge de Araujo de Góes e de Angela de Siqueira, ambos naturais da Balia, n. p. de Gaspar de Araujo, natural de Ponte de Lima, e de Catharina de Góes, natural de Lisboa, n. m. de Sebastião Pedroso de Barros, natural de Viana do Minho, e de Leonor de Siqueira, natural da Balia. Depois da morte de seu pai, resolveu o capitão Valentim Pedroso vir morar em S. Paulo trazendo sua mulher Catharina, que foi acompanhada de sua irmã Leonor de Siqueira e do irmão André de Góes de Siqueira que veio depois provido no cargo de provedor e contador da fazenda real da capitania de S. Vicente e S. Paulo, por provisão passada por D. Vasco de Mascarenhas, conde de Óbidos e vice-rei, em 1666.

Faleceu o capitão Valentim de Barros em S. Paulo em 1651 e teve 2 f.ºs:
1-1 Fernando
1-2 João

A viúva Catharina casou-se 2.ª vez com dom João Matheus Rendon, viúvo de Maria Bueno de Ribeira e foram morar na Ilha Grande


2 - Antônio Pedroso de Barros, bandeirante, filho de Pedro Vaz de Barros e de Luzia Leme.

Faleceu em 1652 com testamento. Foi potentado pelo número de 600 índios que possuía nas suas fazendas de cultura.
Em 1650 já havia muitas fazendas pela região conhecida por Caioçara, nome conservado até hoje. Confinam-se os bairros Caioçara de Jarinu e de Atibaia. Os bandeirantes, contornando pela esquerda o morro da Cangica, teriam atingido o altiplano onde foi construído o prédio da estação de Campo Largo, da Estrada de Ferro Bragantina. Nas imediações situava-se a próspera fazenda de Antônio Pedroso de Barros e dessa propriedade teriam partido os movimentos conducentes ao desbravamento da região.

O aparecimento do burgo de Atibaia data de 1665. Em 1653 (doze anos antes, portanto), no inventário de Antônio Pedroso de Barros, constam as divisas da região denominada Caioçara, cujas terras pertencem, hoje, parte ao município de Jarinu e parte ao de Atibaia.
Nas terras situadas antes de Juquerí (hoje Mairiporã), para quem parte de São Paulo, havia propriedades de bandeirantes notáveis como Antônio Pedroso de Alvarenga, Brás Cardoso, Paulo Pereira, Pedro Fernandes, Mateus Luís Grou, Francisco Rodrigues Velho e seus irmãos e outros sertanistas.
A aventura de sua vida é narrada em «Marcha para o Oeste», livro de Cassiano Ricardo, onde o autor afirma: «Outros bandeirantes no rumo oeste e noroeste foram os Pedroso (Pedroso Xavier e Pedroso de Barros). Antônio Pedroso de Barros e Luís Pedroso de Barros, dois irmãos, penetraram, via fluvial, os oestões matogrossenses, o primeiro conduzindo uma bandeira em que havia 500 índios e o segundo 1.200.
As bandeiras eram famílias inteiras. o objetivo estava muito distante e as tribos indígenas eram das mais ferozes e destemidas. Pelos rios Tietê, Paraná, Pardo[desambiguação necessária], Coxim e Taquari, 520 léguas tinham a percorrer. E os índios eram os paiaguás e os guaicurus, os primeiros eram senhores dos rios ("índios peixes") e os segundos eram os famosos índios cavaleiros. Os "paiaguás eram os muros fechando as minas de Cuiabá" e "bugres terríveis, quanto mais matavam, mais queriam matar".

Silva Leme conta de sua família na «Genealogia Paulistana». Como consta de seu inventário com testamento (Cartório de Ofícios de São Paulo) morreu em 1652, sendo seu testamento escrito por seu concunhado Francisco Dias Velho, por estar o testador em artigo de morte. Nele declarou ser filho de Luzia Leme, ser irmão dos capitães Fernão Pais de Barros e Pedro Vaz de Barros, e ser genro de Inês Monteiro de Alvarenga.

Casou em São Paulo em 1639 com Maria Pires de Medeiros, filha do capitão Salvador Pires de Medeiros e de Inês Monteiro de Alvarenga, chamada «a matrona». Deixou 4 filhos legítimos e quatro bastardos:

Os filhos legítimos de 2. Antonio Pedroso de Barros:

2- 1 - Pedro Vaz de Barros (antepassado do meu ramo de familia)
2- 2 - Antônio Pedroso de Barros.
2- 3 - Inês Pedroso de Barros
2- 4 - Luzia Leme de Barros.

Os filhos bastardos:
2-5 - Sebastiana, filha de Maria pequena.
2-6 - Paulo, filho de Maria pequena.
3-7 - Pascoal, filho da índia Vitorina.
3-8 - Ventura, filho da índia Iria.

3 - Luís Pedroso de Barros, f.º do capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros e de Luzia Leme, saiu em 1639 no posto de capitão de infantaria na mesma expedição de que fez parte seu irmão o capitão Valentim Pedroso (Cap. 1.º) que de S. Paulo foi socorrer a Bahia e Pernambuco contra a invasão dos holandeses. Levou o capitão Luiz Pedroso em sua companhia muitos índios de sua propriedade, sendo governador e capitão-mor de toda a expedição Antonio Raposo Tavares. Na Bahia casou-se o capitão Luiz Pedroso de Barros com Leonor de Siqueira, irmã inteira de Catharina casada com o capitão Valentim Pedroso do Cap. 1.º, e voltou a S. Paulo trazendo sua mulher que faleceu em 1699, e o capitão Luiz Pedroso em 1662 no sertão dos Serranos, no reino do Peru, para onde tinha feito uma entrada, depois que voltou da Bahia. Teve de seu consórcio 2. f.ªs.


4 - Pedro Vaz de Barros (filho) o Vaz Guaçu, com o mesmo nome do pai, que foi fundador e padroeiro da capela de São Roque, termo da vila de Parnaíba, depois comarca de São Roque. A este opulento fazendeiro se deve a fundação do povoado de São Roque, entre Parnaíba e Sorocaba, no vale do rio Tietê e, mais tarde um pouco, entre São Roque e São Paulo de Piratininga começou o núcleo de Cotia, capela curada em 1662 e vila em 1664.

"Pedro Vaz de Barros tinha mais de 1.200 índios e índias, alem da sua família, na sua fazenda de São Roque"
Morreu em São Paulo em 1695. Deixou 15 telas no espólio, que totalizava 3.319$986; três quadros, cujos assuntos não se descrevem, foram avaliados em 4$800, e 12 «painéis de madamas» avaliados em 2 cruzados cada. Seriam composições de moda, abrejeiradas, figurinos franceses do fim do século XVII?
Não foi casado mas deixou nove filhos bastardos que seguem, de diversas mulheres, como consta do seu inventário em 1676. Foram eles:
(4-1) Brás Leme de Barros, filho da mameluca Justina;
(4-2) Joana Vaz de Barros, filha da mameluca Justina;
(4-3) Maria Vaz de Barros (filha da mameluca Justina;
(4-4) Isabel, filha de Catarina;
(4-5) Lourença, filha de Teresa;
(4-6) Margarida, filha de Rufina;
(4-7) Mariana, filha de Maria;
(4-8) Páscoa de Barros (filha de Bárbara do Amaral)
(4-9) Leonor, idem.

4-1 Brás Leme de Barros foi instituído herdeiro do grande cabedal de seu pai, e casou com sua prima irmã Iñácia Pais de Barros filha bastarda de Fernão Pais de Barros, irmão de Pedro, e de uma crioula de Pernambuco; Inácia casou, ao enviuvar, com o sargento-mor João Martins Claro.
A seu respeito, escreveu Pedro Taques na «Nobiliarquia Paulistana»:
«Nesta sua capela teve sua maior assistência. Foi a sua casa e fazenda uma povoação tal que bem podia ser vila, e ainda hoje as casas que foram de sua residência servem de padrão que lhe acusam a maior magnificência, como obra daquele tempo. Teve muito grande tratamento, correspondente aos grossos cabedais que possuía, entre cujos móveis teve uma copa de prata de muitas arrobas. A sua casa era diariamente freqüentada de grande concurso de hóspedes, parentes, amigos e estranhos, que todos concorriam gostosos a fazer-lhe uma obsequiosa assistência. Todos eram agasalhados com grandeza daquela mesa, na qual com muita profusão havia pão e vinho da própria lavoura, e as iguarias eram vitelas, carneiros e porcos, além das caças terrestres e voláteis, das quais os seus caçadores atualmente conduziam com fartura, e por isso de tudo havia com abundância, e com tanta prevenção que, a qualquer hora da tarde que chegavam novos hospedes, estava a mesa pronta, como se para estes fora conservada. Foi cognominado - Grande - chamando-se-lhe assim pelo idioma brasílico: - Pedro Vaz Guaçu.»
A ele dirigiu o rei uma carta pedindo seu auxilio a frei Pedro de Sousa que em 1682 fora incumbido de examinar as minas de ouro, prata e cobre no termo da vila de Sorocaba. Continua Taques: « O seu nome foi respeitado em todo o Brasil com veneração. Governando a cidade da Bahia Alexandre de Sousa Freire, escreveu este a Pedro Vaz de Barros em 1669, expondo-lhe os danos e hostilidades que experimentavam os moradores do recôncavo da Bahia dos bárbaros índios que, em repetidos assaltos, iam acabando aos ditos moradores, pedindo-lhe quisesse ir de socorro para conquistar os reinos dos ditos bárbaros, e fazer nisto particular serviço a S. Majestade, e resgatar a Bahia da infecção destes índios. Teve efeito este socorro no mês de Maio de 1671, em que na vila de Santos se embarcou a recruta desta gente que, chegando à salvamento à Bahia, penetraram o sertão, onde conseguiram tão feliz vitória contra os bárbaros que o governador geral se antecipou a dar conta dela em 1673 aos oficiais da câmara de S. Paulo, para que aplaudissem a glória dos seus naturais, que inteiramente tinham destruído os principais reinos e aldeias, que havia muitos anos, infeccionavam aquele estado. Destruídos os inimigos, morreram dos prisioneiros acima de 800 homens no mesmo sertão de uma quase peste, e só chegaram a cidade 1.500, os quais foram repartidos pelos soldados e cabos de guerra, (da qual tinha sido encarregado com caráter de governador Estevão Ribeiro Baião Parente) na forma do assento que antes desta guerra se havia tomado sobre o cativeiro destes inimigos, com presidência do Governador geral do mesmo Estado, depois de ouvidos os teólogos que na matéria deram o seu voto.»

Comenta Taques: Tal era a moral e direito das gentes daquele tempo. Mas sem o interesse do serviço dos índios não teriam feito os paulistas tão dilatadas e pasmosas jornadas pelo sertão, que ocasionaram os descobrimentos que hoje estão povoados. «Pedro Vaz de Barros tinha mais de 1.200 índios e índias, alem da sua família, na sua fazenda de São Roque.»

Morreu em São Paulo em 1695. Deixou 15 telas no espólio, que totalizava 3.319$986; três quadros, cujos assuntos não se descrevem, foram avaliados em 4$800, e 12 «painéis de madamas» avaliados em 2 cruzados cada. Seriam composições de moda, abrejeiradas, figurinos franceses do fim do século XVII?

5-Fernao Paes de Barros foi um dos cavalheiros de maior respeito e tratamento. Como refere Pedro Taques: "recebeu honrosíssima carta firmada pelo punho do rei Dom Pedro em 1678. A natureza dos seus serviços consta dos autos de justificação que fez deles em S. Paulo em 1685, sendo escrivão o tabelião Roque Mendes da Silva e juiz ordinário Diogo Barbosa do Rego. Deles consta que Fernão Paes de Barros assistira sempre com a sua pessoa, fazenda, criados e escravos, e acudira a todos os rebates da praça de Santos em tempo que os holandeses infestavam a costa. Vindo a S. Paulo o doutor Damião de Aguiar, corregedor da capitania, a prender a Manoel Coelho da Gama, régulo facinoroso, como com efeito o prendeu, intentaram os sequazes do mesmo régulo tirá-lo em caminho,matando ao dito corregedor, e para se evitar este risco foi Fernão Paes de Barros acompanhar até a vila de Santos o dito doutor desembargador, escoltando-o a sua custa com um grosso corpo de armas, que para isso formou. Achando-se em S. Paulo o corregedor Sebastião Cardoso de S. Paio, o acompanhou três léguas a pé para se destruir uma casa forte, guarnecida por criminosos réus de culpa capital, para cuja ação levou Fernão Paes de Barros muitos dos seus parentes, criados e escravos. Escrevendo o príncipe dom Pedro em 1664 que desse ajuda a favor ao governador Agostinho Barbalho Bezerra, que vinha enviado para o descobrimento das minas das esmeraldas, lhe deu Fernão Paes de Barros da sua fazenda mil varas de pano de algodão, armas e mantimentos para a jornada que fazia dito Barbalho, com sessenta arrobas de carne de porco, que tudo consta da certidão que do conteúdo se lhe passou em 1666 em 9 de agosto. Quando chegou a S. Paulo o tenente-general Jorge Soares de Macedo, e apresentou em câmara aos 30 de Novembro de 1678 as reais ordens que trazia para a diligência a que vinha, de ir a Montevidéu a descobrimento de minas de prata, por se achar a real fazenda da província de Santos sem dinheiro algum, comunicando Jorge Soares esta matéria com Fernão Paes de Barros, este entregou aos oficiais da câmara de S. Paulo 300$ em moeda corrente, oferecendo também toda a praia de sua copa para que se vendesse, fundisse ou empenhasse, de sorte que por falta de dinheiro não parecesse o real serviço na diligência para que vinha destinado dito Jorge Soares. Isto consta de um termo lavrado no livro das vereanças; e do mesmo livro consta mais que o mesmo Fernão Paes dera três homens do gentio da terra, bons sertanistas, para acompanharem dito Soares na jornada, para a qual fez grande despesa, sem fruto algum. No mesmo livro ainda se lê que Fernando Paes andava no real serviço gastando a maior parte de sua fazenda.

Quando se estabeleceu a paz de Holanda em cinco milhões, e o casamento da infanta de Portugal d. Catharina em dois milhões pediu el-rei dom Pedro aos seus vassalos um donativo para o pagamento dos sete milhões, e Fernão Paes de Barros se distinguiu entre os mais paulistas, dando para o dito chapim em moeda corrente 600$. Vindo a S. Paulo o fidalgo dom Manoel Lobo em 1679, pelo qual o mesmo príncipe dom Pedro escreveu à Fernão Paes a carta de que acima fizemos menção, o hospedou todo o tempo que dom Manoel Lobo esteve em S. Paulo, com tanta grandeza, como se vê da carta que ele escreveu da Nova Colônia em 25 de fevereiro de 1680, registrada no arquivo da câmara de S. Paulo. E como o mesmo dom Manoel Lobo ia fundar a sobredita colônia do Sacramento, lhe deu Fernão Paes de Barros, para ajuda dos gastos, 100$ em dinheiro e três cavalos dos melhores que tinha em sua cavalariça.

Querendo passar da vila de Santos para S. Paulo dom Rodrigo de Castello Branco, superintendente geral dos descobrimentos das minas de ouro e prata, lhe faltavam para conduzir a fábrica de S. Alteza, os índios das aldeias do real padroado, e a tudo supriu Fernão Paes de Barros, mandando para o Cubatão a sua custa o troço de gente que bastou para a condução do dito dom Rodrigo e a fábrica que trazia, pertencente à fazenda real, a cuja provedoria poupou Fernão Paes o melhor de 100$, como consta das certidões do seu serviço ".

Teve sua fazenda de cultura em Araçariguama, onde fundou a capela de Santo Antonio, com altar mór de excelente talha dourada.

Casou-se no Rio de Janeiro com Maria de Mendonça, de quem não deixou f.º algum, porque com ela não teve vida marital pela razão de descobrir sobeja prova contra a pureza do sangue dessa senhora, entretanto teve ela grande tratamento e estimação como legítima esposa de Fernão Paes de Barros. Faleceu em 1709 com testamento e teve em solteiro de uma crioula de Pernambuco uma filha natural que foi:

5-1 Ignacia Paes de Barros que 1.º casou-se com seu primo irmão Braz Leme de Barros, f.º herdeiro do Cap. 4.º. - Ficando viúva de seu marido e dele herdando a grande fortuna, que, junta a que recebeu de seu pai, montou a um grande cabedal, tornou-se fácil passar a 2.ªs núpcias com o sargento-mor João Martins Claro, natural de Miranda do Douro, e que viera no real serviço acompanhando ao governador dom Manoel Lobo


6.Sebastiano Paes de Barros, capitão Sebastião Paes de Barros foi também muito notável pelos serviços prestados à coroa; esteve na qualidade de cabo em Tocantins e no Maranhão com o governador Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho. Foi casado com Catharina Tavares f.ª de Francisco de Miranda Tavares e de Izabel Paes Borges de Cerqueira, por esta, neta de Simão Borges de Cerqueira e de Lucrecia Leme. Faleceu Catharina Tavares em 1671 e seu marido em 1674.

7. Jeronimo Pedroso Em 1641, chegou ao oeste do Rio Grande do Sul a última expedição de vulto, com o objetivo de capturar índios e saber notícias dos membros da expedição anterior. O líder da bandeira era Jerônimo Pedroso de Barros e como seu lugar tenente Manoel Pires, sogro de Antônio Raposo Tavares.
Nessa altura, os índios já estavam bem armados e instruídos sobre táticas de guerra. O principal confronto se deu nas barrancas do rio Uruguai, na sua margem direita, entre os arroios M’Bororé e Acarágua.
O exército missioneiro contava com proximadamente 4.000 índios, vindos de várias reduções, dos quais 300 estavam armados com arcabuzes e contavam também com peças de artilharia feitas com bambu, recobertas com couro. O índio que o chefiava se chamava Inácio Abiuru, auxiliado pelo também índio Nicolas Neenguiru, que basearam-se num plano militar bem urdido pelo Irmão Domingo Torres, ex-militar, que, junto com outros religiosos, treinara os índios. A bandeira era composta por 400 paulistas e perto de 2.500 índios tupis, além de mamelucos e escravos negros. Não tardou para ocorrer o embate, sendo os bandeirantes derrotados. Os que conseguiram fugir foram perseguidos e novos confrontos ocorreram. Um deles chegou a demorar oito dias. Em 25/03/1641, numa sexta-feira santa, o combate findou, com a plena derrota dos invasores.


No dia 28/03/1641, na Páscoa, o exercito missioneiro retornou glorioso e comemorou a vitória.
Na primeira fase das reduções do Paraguai estima-se que mais de 300.000 índios foram aprisionados pelos bandeirantes paulistas e transformados em escravos.
Na segunda fase, quando do surgimento das missões que constituíram os sete povos, a organização jesuítica teve mais consistência, mais força material, mais condições para lutar pela cateques. Os paulistas já não mais eram uma ameaça.


8.Lucrecia Pedroso de Barros foi casada com Antonio de Almeida Pimentel de conhecida nobreza pela qual teve em S. Paulo e na Bahia grandes estimações. Foi natural de Portugal. Segundo refere Pedro Taques, Antonio Pimentel, enviuvando em 1648 de Lucrecia Pedroso, passou para a cidade da Bahia onde casou 2.ª vez e deixou f.ºs com descendência ali muito conhecida pela sua qualidade. Da Bahia passou Antonio de Almeida Pimentel para o reino de Angola onde faleceu em 1653. Lucrecia Pedroso Cap. 8.º teve a f.ª única. (C. O. de S. Paulo):

8-1 Maria de Almeida Pimentel, com um mês e meio de idade quando faleceu sua mãe, batizada em 1648 em S. Paulo, casou com o capitão-mor Thomé de Lara e Almeida e foram moradores em Sorocaba. Com grande geração em Tit. Taques Pompeus.


SUPLEMENTO :

O fluxo genealógico e sua importância na história da humanidade nós faz ánalisar que cada um de nós tem 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós, 32 4ºs avós, 64 5ºs avós, etc, etc numa progressão geométrica que nos dá 500 milhões de 28ºs avós, ou seja, cada um de nós, hoje vivo, tem um número maior de 28ºs avós do que a população da terra a meros 800 anos atrás! -
Racionalizando este fato científico/matemático pode-se afirmar que esse fluxo contínuo de avós nos transforma a TODOS em parentes com um ancestral comum através do qual somos primos em algum grau de todos os seres humanos existentes na terra no dia de hoje....


Existem alguns estudos sobre a ascendencia ainda muito discutida (!) de Pedro Vaz de Barros de ser "judeu sephardita" (leia aqui :polemica Pedro Vaz de Barros - . Entre certos historiadores e genealogistas ainda há polêmicas e, sobretudo, nenhum fato claro e provado, nem cartas incontradas. O téma nasceu no inicio do sex XIX e sim, é muito interessante,  mas acho tambem interessantes as historias de estes patriarcas NO BRASIL, e sobretudo as interligações das varias familias, culturas, os indios e seus descendentes mamlucos etc etc.

Acredito que a genealogia e a história não devem ser usadas para questões religiosas ou políticas de vários lobbies de história, nem para sociedades religiosas e privadas ou por protagonismo pessoal de certa gente para "classificar" de novo duas religiões. Hà algo de "racista" na minha opinião. São nossos antepassados de sanguee não importa a religão "a raça" (palavra tambem polemica) ou o estado social .
Eu gostaria discutir objetivamente e possivelmente cientificamente fatos dados em documentos na historiografia e, claro, continuar pesquisando e discutir sobre membros da familia, terras, lutas etc. É por isso que estou sempre entusiasmada com as memórias familiares, bem como documentos escritos e fotográficos, que são uma parte importante da pesquisa na vasta historiografia.



Abraços Tiffany

terça-feira, 26 de julho de 2011

Os Paes de Barros em São Paolo Imperial

Este artigo escrito por Eudes Campos no "Informativo do Arquivo Histórico Municipal", explica em grande detalhe a história dos nossos antepassados ​​em São Paulo. Um deve lê-lo.
Aproveite!
As pesquisas desenvolvidas sobre a história urbana e a arquitetura da cidade de São Paulo no período imperial levaram-nos a reparar na presença crescente, e cada vez mais atuante, de destacados ituanos na capital paulista, a partir do último terço do oitocentismo.

O funcionamento da ferrovia de Santos a Jundiaí, iniciado em 1867, e a construção dos ramais ferroviários ligando Jundiaí a Campinas (1872) e a Itu (1873) propiciaram a rápida expansão da cultura cafeeira pelo Oeste da Província e facilitaram em muito a vida dos fazendeiros do interior. Na década de 1870, a economia agroexportadora paulista ingressava em sua etapa capitalista – o preço do produto sendo dado desde então pelo agricultor e não mais pelo intermediário, o comissário de café – e os grandes produtores que começavam a se transferir para São Paulo, já suficientemente imbuídos de mentalidade burguesa, puseram-se a aplicar seus excedentes de capital em empreendimentos urbanos de variada natureza, tornando-se assim responsáveis pela rápida transformação econômica, social e física da cidade.

A partir daqueles anos passou a ser, portanto, possível para os cafeicultores desfrutar uma vida urbana mais amena em São Paulo, sem perder o controle do trabalho das lavouras e da comercialização do produto. Os agricultores não só participavam de diferentes atividades empresariais, inclusive negócios imobiliários na Capital, como também, a partir daí, seguiam o andamento da faina nas fazendas, acompanhavam os negócios das casas comissárias estabelecidas em Santos e fiscalizavam o embarque das sacas nas docas do porto dessa cidade; exerciam ainda pressão política sobre o governo da Província e os deputados na Assembléia, além de poderem levantar crédito nos estabelecimentos bancários estabelecidos na Paulicéia, sempre que necessário.

Certamente era esse tipo de vida que pretendia levar um dos maiores e mais antigos produtores de café da época, o Capitão Antônio Pais de Barros (1791-1876), 1º Barão de Piracicaba (1854), um dos fundadores da cidade de Rio Claro (1827), quando, já idoso, decidiu transferir-se para São Paulo por volta de 1870. Com ele vieram filhos, genro e sobrinhos, que logo alcançaram cargos de destaque e posições de prestígio na sociedade paulistana daquele tempo, passando a manejar o poder político e o prestígio social que detinham das formas mais variadas, e dando início a um processo de migração das elites paulistas para a Capital que se prolongaria por décadas.

Salvo engano, a família Pais de Barros não foi até hoje objeto de estudo aprofundado por parte de nenhum historiador, ao contrário de seus rivais, os Silva Prado, e em nossa opinião urge reconstituir a saga familiar desses ituanos, que por um longo período de tempo dominaram a sociedade, a política e a economia paulista, alcançando um de seus membros o cargo executivo de maior expressão do País durante a Primeira República.
                          por Eudes Campos               





Clica e leia aqui todo o artigo sobre os nossos avós:
Os Paes de Barros na São Paolo Impérial